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06/02/2009 03:00
REDUÇÃO DO IPI DEPENDE DA MANUTENÇÃO DOS EMPREGOS, DIZ LUPI
O ministro do Emprego e Trabalho, Carlos Lupi, insinuou que as demissões feitas pelas montadoras de automóveis no início deste ano podem impedir o Governo de renovar a medida que propõe a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos, que vigora até 31 de março. "Acho que esse setor precisa pensar muito antes de demitir os funcionários - questionou Lupi". E emenda: "Porque a redução do IPI é feita pelo Governo e o Governo vai refletir muito sobre o comportamento das empresas na hora de renovar ou não a redução do IPI". O ministro entende que a renovação da redução do IPI é importante para que as vendas sejam retomadas de forma definitiva, o que só pode acontecer a partir de março. Porém ele deu a entender que a renovação da medida só deve acontecer se houver uma garantia da manutenção dos empregos no setor, o que seria uma tentativa de o Governo evitar mais demissões na indústria automobilística. "O Governo não tem como evitar as demissões, mas acho que o Governo deve adotar medidas de não conceder crédito (dinheiro público) para quem está demitindo". Desde o mês passado, um mês após a redução do IPI para as compras de carros zero quilômetro, o ministro adotou o discurso de que o Governo não deve amparar setores que não medem esforços na hora de demitir os funcionários. O ministro destacou que a linha de crédito especial para revendedoras de carros usados e semi-novos, a ser anunciada na próxima quinta-feira, terá garantia de emprego. Administrados pelo Banco do Brasil, os recursos são provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Segundo Lupi, a nova linha terá um montante inicial de R$ 200 milhões. A demanda do setor é de R$ 2,5 bilhões. O ministro demonstrou apoio a decisão da General Motors (GM), que voltou a conceder férias coletivas a trabalhadores de São Paulo nesta semana, pela sétima vez em apenas quatro meses de crise. Tal atitude, disse o ministro, mostra que a empresa está pensando nos benefícios que recebeu do Governo antes de demitir os funcionários. "Essa é uma medida inteligente para evitar as demissões. A empresa concede férias coletivas ao trabalhador quando os estoques se elevam e volta a chamá-los quando os estoques começam a reduzir", disse Lupi. De acordo com o ministro, as empresas vão começar a contratar porque os estoques caíram por conta da reação das vendas. Fonte: Jornal do Brasil