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08/08/2008 03:00
Receita vive “caos” no atendimento ao público
Brasília - “Caos”. Foi com essa palavra que a nova secretária da Receita Federal do Brasil, Lina Maria Vieira, traçou ontem um retrato do atendimento prestado pelo órgão no País. No primeiro discurso público depois de assumir o cargo, a secretária expôs, durante seminário interno, no Ministério da Fazenda, um panorama das dificuldades administrativas no Fisco surgidas após a fusão da Receita com a Secretaria de Receita Previdenciária do Ministério da Previdência, no ano passado. “Temos passado por muitas dificuldades, principalmente no atendimento. Algumas alterações e vivências constrangedoras para quem trabalha atendendo ao cidadão surgiram com a fusão da Receita”, disse Lina Vieira, no seminário “Planejamento Estratégico - Gestão de Riscos”, falando a um grupo de funcionários da Coordenação de Tributação da Receita. A secretária lamentou o quadro e prometeu mudanças para resolver os problemas internos, principalmente os que surgiram com a chegada dos servidores que vieram da Previdência Social. Há uma semana no cargo, a nova secretária criticou a administração anterior e o processo de fusão conduzido pelo ex-secretário da Receita Jorge Rachid. “Eu sei que muitos servidores estão magoados com a forma como foram recebidos na organização. Precisamos abrir a nossa casa e recebê-los bem. Essa foi a orientação que tivemos. Sinto, pelo que estamos colhendo, que algumas coisas não foram bem feitas nessa área de pessoas”, disse. Segundo ela, a Receita precisa estar de “braços abertos” para acolher esses servidores. “Nós lamentamos todos esses acontecimentos. Estamos correndo atrás do prejuízo em relação ao caos que estamos vivendo na ponta”, reconheceu. A secretária disse que defenderá a criação da carreira fazendária, para contornar os problemas de insatisfação dos funcionários que vieram da Previdência. Apesar das críticas, Lina Vieira afirmou que a saída de Rachid foi uma “perda” para o órgão. Ela ponderou, no entanto, que mudanças são “salutares” para as organizações públicas. “A saída do doutor Rachid foi uma perda para todos nós. Ele fez um excelente trabalho enquanto ficou à frente desta casa, mas também temos de ver, enquanto integrantes de uma organização, a temporariedade no cargo. Isso é salutar: que haja essas mudanças para que as pessoas tenham também a chance de um dia administrar a casa como delegado, superintendente e coordenador”, disse.