Moeda norte-americana fechou ontem cotada a R$ 1,92, menor valor desde 1º de outubro de 2008. Esta foi a oitava queda consecutiva do dólar, motivada principalmente pelo fluxo cambial positivo SÃO PAULO – O dólar atingiu hoje o seu menor valor desde 1º de outubro do ano passado. No fechamento, a moeda americana ficou em R$ 1,924, em baixa de 1,48% no balcão. Foi a oitava queda consecutiva do dólar, motivada principalmente pelo movimento positivo do fluxo cambial e pela desvalorização externa frente a outras moedas. No ano, o dólar já recuou 17,6%. No leilão de ontem do Banco Central (BC), a taxa de corte fixada foi de R$ 1,927. Após esta operação, o valor voltou à mínima intraday no balcão, de R$ 1,923 (-1,54%), que já havia sido testada pouco antes da atuação da autoridade monetária. No mercado internacional de moedas, o euro teve alta de 0,99%, para US$ 1,4310, enquanto o dólar recuava 0,81%, para 95,57 ienes, e a libra tinha alta de 0,81%, a US$ 1,6591. A queda da moeda americana já vem preocupando o governo federal. Embora a adoção de medidas para conter a valorização do real tenha sido descartada na semana passada pelos ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, a equipe econômica ainda estuda possibilidade de tributar os investimentos estrangeiros em títulos públicos, que voltaria a ter incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, o governo vem discutindo a adoção de estímulos às exportações ou de algum tributo regulatório, como é o caso do IOF. Ele diz, no entanto, que a melhor maneira de evitar que o dólar continue caindo seria uma redução maior da taxa básica de juros. “A posição desse ministério é que a forma mais eficiente e menos danosa para ter um dólar mais equilibrado é a redução da taxas de juros”, disse. O secretário afirmou que um dólar próximo de R$ 1,60 este ano, em que a crise econômica já reduziu o comércio do Brasil com outros países em cerca de 25%, seria mais danoso para a balança comercial do que no ano passado. No ano passado, o dólar a R$ 1,60 afetava alguns setores, mas havia um aumento de demanda em todo o mundo. Agora, não houve essa recuperação nos principais mercados. Ele disse que, além de reduzir a competitividade das exportações brasileiras no médio prazo, principalmente dos setores que mais empregam, há preocupação em relação à volatilidade no câmbio. Fonte: Jornal do Commercio