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20 de junho de 2023

RN: Petrobras prioriza energia eólica no mar e petróleo em águas profundas

O edifício sede da Petrobras no Rio Grande do Norte vai funcionar como uma central de projetos de energia eólica. A estrutura será a única operação da estatal no Estado após a conclusão da venda dos ativos de exploração de petróleo nos campos maduros. De acordo com a Petrobras, a iniciativa representa um recomeço e tem a pretensão de transformar o Estado em referência na concepção, desenvolvimento e análise de projetos de energia eólica offshore (no mar). Outra frente de atuação da petroleira será a exploração do recurso em águas profundas na bacia potiguar, mas a extração ainda aguarda licenciamento ambiental.

O anúncio da sede foi feito na segunda-feira (19) pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que considera a reinauguração “uma alavanca” para futuros projetos. Como o movimento é basicamente administrativo, não houve grandes investimentos ou instalações imediatas.

O edifício passará por uma reformatação para se tornar um ecossistema de análise de projetos, integrando servidores, técnicos e investidores, funcionando como uma ponte para a transição energética. Há a expectativa de que parte dos 450 trabalhadores, que atuavam na refinaria Clara Camarão, seja recapacitada para atuar na energia eólica. A petroleira garante que toda a mão de obra será absorvida e realocada.

O presidente da estatal destaca que o foco da instalação do hub será a exploração da energia eólica offshore, mas não descarta a inclusão de projetos solares, eólicos onshore (em terra) e exploração petrolífera no mar. “Aqui vai ser criado um ecossistema de análise de projetos de eólica offshore e de outros, que, eventualmente, se juntem com isso. Isso já é muito importante porque vamos estar perto do ISI, de outras operadores de eólica. O pessoal vai vir aqui almoçar com quem já trabalha nisso. Essa convivência que a gente quer”, afirma Prates.

Pela característica do equipamento, não é possível quantificar efeitos imediatos, como a geração de empregos, construção de uma estrutura ou impactos na economia do Estado, por exemplo. Isso porque o retorno virá a longo prazo, explica o diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tomalsquim, que coordena as atividades de descarbonização da Petrobras.

 

“Serão criados mais empregos no momento em que nós botarmos os parques em funcionamento. Por enquanto, é uma equipe de concepção, para ver se vai adquirir algum projeto ou não. Conforme os projetos forem saindo do papel, vamos precisar da mão de obra. Parte dessa mão de obra pode ser da que está sendo liberada das atividades no petróleo e que passe por uma recapacitação”, explica.

A governadora Fátima Bezerra participou do início da cerimônia de lançamento da sede de energia eólica e disse que trabalha em parceria com o ex-senador Jean Paul Prates para construção de linhas de distribuição da energia produzida no Estado. "Estamos tratando com o Presidente Lula sobre a licitação para construção de novas linhas de transmissão. Isto é fundamental para garantir novos investimentos de R$ 33 bilhões no RN e R$ 140 bilhões, na região Nordeste", informou.

Estatal espera licença para campos de Pitu

Mesmo com o foco na energia renovável, a estatal ainda pretende explorar o potencial do Rio Grande do Norte na produção de petróleo, desta vez nas águas profundas da bacia potiguar, a partir dos campos de Pitu. A descoberta foi anunciada por volta de 2015 e a Petrobras aguarda o licenciamento ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) para perfurar até outros três poços. Há a perspectiva de que isso aconteça ainda neste ano.

“Por um tempo isso ficou meio esquecido, mas foi uma descoberta muito importante. Foi pré-avaliada, mas para ser avaliada devidamente, nós precisamos fazer outros poços e ainda neste ano nós deveremos fazer o segundo, o terceiro e, eventualmente, até o quarto poço, havendo resultados positivos no campo de Pitu, para retomar a produção de petróleo, pela Petrobras, no Rio Grande do Norte. Isso vai ser muito importante, dentro do tempo devido”, destaca.

O cenário ideal, complementa Prates, é ter uma plataforma de exploração de petróleo em águas profundas “rodeado” por parques eólicos offshore. “Essa sede vai dar uma nova vida à Petrobras no Rio Grande do Norte. Nossas perspectivas são grandes projetos offshore de energia e nosso offshore petrolífero. Eu vejo um projeto interessante, que pelo destino, talvez venha a viver, que é furar o Pitu, encontrar petróleo, colocar plataforma para produzir o óleo e em volta ter um campo de aerogeradores produzindo energia eólica no mar”, diz.

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