Notícias


22 de junho de 2022

“Mercado já voltou ao normal”, diz presidente da CDL Natal

À frente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL), entidade que representa os segmentos de comércio e serviços e que, de acordo com a própria CDL, tem papel ativo na economia potiguar colaborando com 65% do PIB do Estado, José Lucena teve como desafio em sua gestão na Câmara a pandemia que afetou as atividades econômicas no Rio Grande do Norte. No entanto, ele avalia que o mercado está voltando ao normal.

Em entrevista exclusiva ao AGORA RN, Lucena falou sobre o desempenho do comércio, a expectativa dos lojistas para o dia dos pais, o legado deixado ao setor em meio à pandemia do coronavírus e a relação com o poder público – principalmente nas esferas municipal e estadual. Também foi pauta da conversa a polêmica a respeito da estátua da Havan e a polarização política no país em ano de eleição marcado pela disputa entre Lula e Bolsonaro.

AGORA RN – Como foi o desempenho do comércio neste ano em Natal? Como foi o Dia dos Namorados?

JOSÉ LUCENA – No Dia dos Namorados foi razoável. O comércio de rua performou bem e agora está vindo o Dia dos Pais, em agosto. Eu acredito que vai ser também favorável. O mercado voltou, de certa maneira, ao normal. A expectativa é a melhor possível.

AGORA RN – Falando nessa mudança de comportamento do mercado, o senhor acha que a pandemia deixa um legado de evolução ao mercado? Fica um aprendizado ao mercado daqui pra frente?

JOSÉ LUCENA – A pandemia foi uma coisa que aconteceu, eu acho difícil se repetir assim com frequência muito rápida. Ficou muita lição, muita gente aprendeu muita coisa. Principalmente o comércio online, ele foi muito demandado durante a pandemia. Então foram quebradas etapas que seriam mais lentas e foram puxadas para mais próximo possível em função da necessidade do comércio em vender.

AGORA RN – Como o senhor vê o perfil da população de Natal? O senhor acredita que a partir da pandemia o natalense passou a comprar menos? Há uma diferença no poder aquisitivo?

JOSÉ LUCENA – É sabido que, com a pandemia, o aumento da inflação, que não é uma coisa nacional, é uma coisa mundial, houve certa perda do poder de compra do assalariado. Os salários não acompanharam a evolução dos preços. Tendo em vista uma fatia do mercado que está consumindo e quem quiser permanecer no mercado tem que buscar essa fatia para continuar vendendo.

AGORA RN – Falando agora da relação do comércio com o poder público. Como o senhor vê a relação do comércio de Natal com o Município e com o Estado?

JOSÉ LUCENA – Com a pandemia, o comércio e as entidades como um todo se relacionaram muito bem com os estados, municípios e com a população em geral. Então eu acho que [a relação] está fortalecida. Porque a gente está tendo uma oportunidade maior de diálogo com todas as esferas do governo.

AGORA RN – Qual a relação do comércio de Natal com a governadora Fátima Bezerra? E com o Prefeito Álvaro Dias?

JOSÉ LUCENA – Eu não sei como era anteriormente, agora que estou à frente da CDL, a gente tem visto muito respeito. Tanto da parte do governo conosco, quanto da gente com o governo. Nós conseguimos coisas que estavam sendo pleiteadas em governos anteriores, no caso do incentivo ao atacado, a lei da pequena, média e microempresa, nós conseguimos muitas coisas nesse governo agora. E isso vai beneficiar o comércio. E a prefeitura também está fazendo a parte dela. Aprovou o plano diretor e isso vai trazer mais obras. A visão dos gestores públicos, eles estão querendo o progresso da nossa cidade.

 

AGORA RN – Recentemente uma polêmica que gerou bastante discussão foi a estátua na loja da Havan, que está em construção. O senhor acredita que esse tipo de discussão possa afugentar investimentos de fora em Natal?

JOSÉ LUCENA – Eu acho que fortaleceu o comércio. Foi mostrado que a Havan não estava fazendo nada de mais. Pelo contrário. A gente tem que abrir os braços para acolher o pessoal que está vindo de fora. Eles estão trazendo empregos, estão trazendo outras formas de a gente ver a vida. A gente tem mais é que agradecer esse povo que está vindo de fora porque vão fazer a diferença aqui dentro do nosso estado e vão fazer com que o nosso comércio se fortaleza cada vez mais.

AGORA RN – Estamos em ano de eleição e vemos uma polarização muito forte no país, entre Lula e Bolsonaro. Na sua opinião, como isso se reflete no comércio daqui pra frente? Esses fatores políticos vão ser decisivos para o comércio?

JOSÉ LUCENA – Eu acredito que não porque o comércio é apolítico. Ele tem, sim, a mentalidade, de querer bem às entidades que fazem parte das instituições do comércio. Cada um tem direito de opinar para o lado que quer e eu acho que não tem problema. Cada um vai ter seu ponto de vista. Que vença o melhor, o melhor para o nosso estado. Que a gente possa ter alguma coisa que impulsione ainda mais o nosso estado.

AGORA RN – E qual o senhor acredita que pode ser o melhor para o estado?

JOSÉ LUCENA – Olha, ainda não dá para definir. Ainda não começamos a escutar as propostas de cada candidato. Ainda está muito embrionária. Eu acredito que no decorrer da campanha a gente possa se posicionar melhor.

AGORA RN – O senhor é empresário e está à frente da Comjol. Como começou esta história?

JOSÉ LUCENA – Se a gente contar desde o tempo em que ela foi fundada, na década de 1930, nós hoje estamos com 91 anos. Começamos com uma mercearia em Nova Cruz, interior do estado, viemos na década de 1940 para a capital, na Ribeira, e começamos a ampliar nosso horizonte. Começamos a trabalhar com materiais agrícolas, depois, com a parte de ferro. Em 1986 mudamos totalmente para material de construção. Hoje estamos focados só em material de construção e acabamento, temos cinco empresas aqui no estado e estamos começando o nosso projeto de expansão.

AGORA RN – Como será esse projeto de expansão?

JOSÉ LUCENA -A gente vai começar a interiorizar a marca.

Fonte:Agora RN

Logo Maxmeio