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12 de agosto de 2015

GOVERNO PREVÊ REDUÇÃO NA CONTA DE LUZ

Durante o lançamento do plano, a presidenta Dilma Rousseff disse que a melhora na situação hidrológica nos reservatórios brasileiros deverá resultar em uma redução entre 15% e 20% no valor adicional pago pela energia elétrica com a chamada “bandeira vermelha” - mecanismo adotado nas contas de luz para informar ao consumidor se ele está pagando mais caro pela energia.

O setor elétrico estima que o impacto no valor final da conta do consumidor será próximo de 1% e que a redução ocorrerá em setembro. Para a indústria do RN, a redução de 15% a 20% no preço da bandeira tarifária vermelha representa um “alívio”, mas não deverá trazer forte impacto - sobretudo nas atividades têxtil, de alimentos e cimento, maiores consumidores de energia. “O que haverá é uma suavização deste custo, teremos uma bandeira vermelha mais barata,  o que é bem-vindo para a indústria, mas não é capaz de recompor perdas”, analisa a  gerente da Unidade de Economia do Sistema FIERN, Sandra Lúcia Barbosa Cavalcanti.

O regime de bandeira vermelha está  em vigor desde janeiro em todo o país e cobra nas contas de luz um adicional de R$ 5,50 para cada 100 kilowatts-hora (kWh) consumidos. 

O aumento substancial dos gastos das empresas com energia elétrica - tanto em razão do realinhamento das tarifas do serviço em percentuais acima da variação da inflação, como da aplicação da tarifa mais cara, a chamada bandeira vermelha, devido o acionamento das termoelétricas - aparecem entre os principais problemas reportados pelas indústrias do Rio Grande do Norte. Os dados são do estudo do  Sondagem Industrial do RN, realizado pela CNI/FIERN, no segundo trimestre deste ano. 

Os segmentos apresentam crescimento negativo no primeiro semestre deste ano, com a indústria têxtil, no Rio Grande do Norte, registrando queda de -5% e a indústria de confecção -5,2%.

“A falta ou alto custo da energia foi apontado como o principal problema enfrentado pela indústria potiguar no trimestre abril-junho de 2015, com 44,4% de assinalações, saltando da 7ª posição para o topo do ranking”, explica Sandra Lúcia Barbosa Cavalcanti. 

O impacto do custo da energia fez com que o item 'elevada carga tributária', que tradicionalmente ocupava o 1º lugar, caísse para o 2º, com 42,2% de assinalações, segundo a pesquisa. A redução dos valores será possível graças ao desligamento de 21 usinas termelétricas que produziam cerca de 2 mil megawatts (MW) médios de energia a um custo alto. 

Para o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, possibilidade de desligar algumas usinas térmicas e, com isso, reduzir em até 20% o custo extra advindo das bandeiras vermelhas nas tarifas, não deixa de ser um alento – ainda que tímido - para todos os consumidores, em especial para o setor produtivo. 

No caso do comércio, Queiroz ressalta que qualquer alteração nos valores pagos nas contas de energia tem impacto duplo. Primeiro nos custos das próprias empresas, muitas delas grandes consumidoras de energia. Segundo porque os consumidores que vinham sustentando as vendas em diversos segmentos,  estão entre aqueles em cujos bolsos mais pesam estas variações de preços ligados ao de custeio da família, como energia elétrica, água, telefone e gastos com supermercados. “Quanto mais este consumidor precisa desembolsar com energia elétrica, menos dinheiro sobra para consumir outros itens”, avalia o presidente da Fecomércio.

ARRECADAÇÃO
Se por um lado, a desativação das termelétricas representa um “suspiro de alívio para o setor produtivo”, que passará a ter uma redução na bandeira vermelha que pode chegar até 20%.  Por outro, pondera a gerente da Unidade de Economia do Sistema FIERN  Sandra Lúcia Cavalcanti, o desligamento das usinas Potiguar I e II, localizadas em João Câmara, deverá ter reflexo direto na arrecadação do Estado. “Como este é um dos principais componentes da arrecadação do Imposto sobre Circulação  de mercadorias e Serviços, com a desativação, os cofres públicos sentirão a queda”, afirma Sandra.

No Rio Grande do Norte, a geração das termelétricas aumentou em 30,56% entre janeiro e julho de 2014 no comparativo com o mesmo período do ano passado. No Nordeste, a geração de energia térmica também cresceu, com variação de 35,87% entre janeiro a agosto de 2014, no comparativo com o mesmo período de 2013. Ao todo, foram gerados 29.101 Mwmed nos primeiros oito meses de 2014.

 Fonte: TN Online

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