08 de dezembro de 2014
PIB DO RN TEM POTENCIAL PARA CRESCER EM R$ 60 BILHÕES
O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Norte tem potencial para crescer entre 4% e 5% nos próximos 20 anos. A projeção é de um levantamento do Mais RN, programa construído pela Federação da Indústria (Fiern) em conjunto com o Governo do Estado e reapresentado à sociedade na última segunda-feira (1º). Segundo o estudo, é possível ampliar o PIB dos atuais R$ 40 bilhões para R$ 100 bilhões até 2035. Para isso é preciso investir em educação, infraestrutura, empreendedorismo e gestão de recursos públicos. O trabalho também traça um mapa com os gargalos e oportunidades de negócio no estado. No total, 403 oportunidades foram identificadas, das quais 13 são prioritárias.
Para o presidente da Fiern, Amaro Sales, o diferencial do Mais RN é a preocupação de criar de algo esquecido pelo estado nos últimos 40 anos: um planejamento sobre como, quando e em que investir. Algo semelhante foi desenvolvido apenas no governo Cortez Pereira, na década de 1970.
“Na realidade, este documento produzido pela Fiern em conjunto com o Estado e 12 empresas tem como objetivo buscar uma política de desenvolvimento econômico que o RN esqueceu há muitos anos. É claro que a Fiern, que abriga todas as indústrias do RN, se ressente da falta dessa política industrial – posso acusar aos governantes, que nunca o fizeram. Entendemos que essa busca vem traçar uma política para o RN”, afirma.
O Mais RN foi idealizado para planejar o futuro econômico do Rio Grande do Norte, onde todas as informações necessárias para investimentos e negócios pudessem ser sistematizadas e apresentadas como um “cartão de visitas” aos novos investidores. As informações ficam disponibilizadas em um site, abastecido diariamente com informações sobre o estado. Idealizado há dois anos, o programa foi criado via parceria entre Estado e Fiern. A segunda convocou um pool de 12 empresas que ajudaram a financiar a consultoria da empresa Macroplan, responsável por fazer um diagnóstico da economia potiguar – seus entraves, desafios, ajustes e possibilidades.
O estudo realizado identificou um estado com potencial econômico calcado na exploração de recursos naturais, mas dificuldades de investimento, mão de obra e criação de atrativos para a indústria, segundo o coordenador do programa na Fiern, Marcos César Formiga. De acordo com o economista, as dificuldades de infraestrutura e logística, assim como a burocracia no licenciamento ambiental e tributárias acabam afastando investidores e travando a consolidação das oportunidades de negócio que já existem, como a energia eólica, a indústria salineira e ceramista.
“Apesar de o RN ser bem suportado e distribuído regionalmente, o estado de conservação das rodovias ainda não é o ideal. Portos nós só temos dois, com demanda para mais um. . E o próprio aeroporto que ainda é uma oportunidade no transporte de cargas, mas não a curto prazo. O aeroporto de São Gonçalo vai ganhar uma característica de carga regionalizada, com pouco valor agregado, mas que precisa de transporte veloz”, elenca Marcos Formiga. De acordo com ele, a interligação dos modais de transporte é uma das principais necessidades para uma indústria competitiva.
Para o diretor-presidente da Macroplan, Cláudio Porto, é “preciso um choque de gestão e fiscal no estado”. “Não é uma tarefa só para um governante: é preciso envolver os demais poderes, os empresários e a sociedade. Para qualquer governante isso deve ser prioridade”, salienta.
Segundo ele, o estado hoje perde em três fatores: qualidade de infraestrutura, qualificação de mão de obra e gestão de recursos. E, para que a retomada do crescimento da indústria proposta pelo Mais RN aconteça, vai ser preciso focar nos três âmbitos.
“O primeiro ponto de de ação imediata é construir um pacto de saneamento fiscal e financeiro do estado, em prol do equilíbrio das finanças. Assim o Estado pode recuperar a capacidade de investimento e eficiência para fazer melhor os serviços. A outra linha é o empreendedorismo ativo: tem que tanto o empresariado local como o Governo do Estado trabalhar na busca ativa de investidores, não ficar esperando. Acho que o Mais RN simboliza uma mudança de postura do empresariado, é um ativo muito valioso, não só para empresários e investidores, mas para o estado e a sociedade”, pontua.
Fonte: Agência Brasil
