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12 de setembro de 2013

GOVERNO É O GRANDE BENEFICIADO COM OS LEILÕES DE DÓLARES, DIZ ECONOMISTA

Como forma de estimular os investidores, o Banco Central realiza nas sextas-feiras o leilão de dólares para recompra futura. A transação consiste no investidor comprar dólares, para que no futuro sejam recomprados pelo BC, independente da cotação da moeda americana.

O economista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Zivanilson Silva conta que o Banco Central oferece uma quantidade de dólares a baixo preço, através de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Ele ainda explica que o Governo usa deste artifício como meio para não mexer na reserva cambial brasileira, sendo uma forma de conseguir recursos que estão em circulação.

“O Governo não quer mexer na sua reserva cambial, por uma crise que possa vim no futuro. Então, recorre ao mercado futuro. Joga uma quantidade da moeda para que o preço não aprecie tanto, com taxas flexíveis”, esclarece Zivanilson. Com esse posicionamento, o governo é o beneficiado com essas transações cambiais, tornando-se um especulador.

Mas, mesmo com benefícios, como todo negócio há riscos. “Ninguém tem a garantia de como está o futuro”, acrescenta o economista.

Zivanilson Silva fala que as desvantagens para o Governo é que caso tenha uma queda bruta da cotação da moeda americana, este irá arcar com o pagamento da diferença da recompra referente à compra do dólar.

“O governo vai perder muito, não vai ganhar nada e vai arcar com a diferença. Quem vai ganhar é o investidor, pela garantia da recompra. Mas o governo aposta que não ter essa queda”, afirma.

Já o consumidor final não iria sentir no bolso se tivesse uma queda no valor da cotação do dólar. “Nas condições normais do mercado de câmbio, para a exportação será ruim, agora a importação fica mais atraente, beneficiando o comprador interno”, diz Zivanilson que encerra, “beneficia ate a inflação”.

Investidores

O economista da UFRN Zivanilson Silva traça o perfil dos investidores que participam dos leilões de dólares de recompra futura. Para ele, são grandes investidores que possuem um alto montante de capital.

“Eles abrangem dois setores, o de indústria primária e secundária. Estão entrando agora o setor de serviços, como os aeroportos, já que o governo não consegue arcar sozinho”, comenta.

A indústria primária consiste na exploração dos recursos naturais, como o setor de mineração, agropecuária e pesca. Já a indústria secundária é a transformação de matérias primas, que são as indústrias de químicas, mecânicas, têxteis.

Fonte: Portal no Ar

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