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17 de junho de 2013

INDÚSTRIAS DO RN INOVAM PARA BURLAR CRISE ECONÔMICA, MAS RECLAMAM DA FALTA DE INCENTIVO

A crise econômica chegou ao Brasil e desencadeou diversos problemas para as pequenas, médias e grandes empresas. Demissão de funcionários, aumento da taxa de desemprego, queda de produção, são algumas das conseqüências. Porém, algumas empresas conseguiram se esquivar dos efeitos da crise, apresentando crescimento no mercado.

Segundo a gerente da Unidade de Economia e Estatística da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Sandra Cavalcanti, os setores de água mineral e vestuário estão em pleno crescimento.

 “Mesmo com a crise, esses setores estão crescendo, aliado também aos fatores climáticos. Quando está quente, o consumo de água e sorvete, por exemplo, é maior”, explica Sandra.

O proprietário de uma fonte e distribuidora de água mineral do Estado, Roberto Serquiz fala que os números apresentam crescimento, mas está mascarando a realidade.

“Em 1994, quando aconteceu o boom industrial de água mineral, não tínhamos a demanda que temos hoje. Até os anos 2000, houve o aumento da demanda, surgindo novos empreendedores”, conta Roberto que acrescenta que no RN existe mais de 30 empresas do ramo de água mineral.

Ele diz que o setor de água mineral está crescendo, mas “mesmo com o aumento da demanda, ela foi fracionada no mercado”, tendo uma oferta mais dividida.

Inovação para alcançar mercado

Na visão do empresário, o mercado de água mineral está passando pelo processo de seletividade, no qual os empreendedores buscam alternativas de sustentabilidade. Em sua empresa que está a mais de 40 anos no mercado, Roberto conta que manteve a inovação tecnológica no processo do garrafão de 20 litros, mas este mercado “vive um guerra predatória, sendo asfixiado”.

Então, o empresário mudou o foco, investindo nas embalagens menores, descartáveis, vidros retornáveis, produzindo também água mineral com gás e suco. “Estamos buscando um novo espaço do mercado, buscando inovação e outros mercados”, apresenta Roberto que quer chegar aos estados da Paraíba e do Ceará, com 60 funcionários e oito linhas de produções variadas.

Problemas que atrapalham o crescimento

Tanto a economista da Fiern Sandra Cavalcanti, e o empresário Roberto Serquiz reclamam da falta de uma política de incentivo para o crescimento das indústrias locais, nacionais e internacionais no Rio Grande do Norte.

Sandra atenta que incentivos fiscais e outros benefícios deveriam ser oferecidos para as empresas que desejam se fixar no Estado, principalmente dos setores minerais, indústrias têxteis, calçadista, eólica e de pesca. A economista declara que “a burocracia [para se instalar no RN] atrapalha, pois não há nada que comprove, mas poderia ser mais ágil”.

Já Roberto Serquiz fala que existe um barreira de quem comanda os órgãos de operação, precisando ter uma visão empreendedora e empresarial.

“Tenho dificuldade de competição. Em 83, quando assumi e modernizei a empresa, não tive incentivo, busquei o Proadi, mas não tive direito. É doloroso”, e acrescenta, “é preciso que o Estado busque olhar quem é daqui”. O programa do governo estadual só é repassado para empresas novas.

Roberto planeja abrir uma nova empresa, a Fonte Água nova, mas também está com dificuldades, “os processos estão travados”, encerra.

Fonte:Portal no Ar 

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