Notícias


31 de janeiro de 2012

JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA CUSTARAM R$ 236 BILHÕES EM 2011, DIZ BC

As despesas com juros incorporadas à dívida pública, que inclui o governo federal, os estados, municípios e empresas estatais, somaram o valor recorde de R$ 236,6 bilhões em 2011, o equivalente a 5,72% do PIB,segundo números divulgados nesta terça-feira (31) pelo Banco Central.

Contra o mesmo período do ano passado, quando as despesas com juros totalizaram R$ 195,3 bilhões, houve um crescimento de 21,1%, segundo números da autoridade monetária

As despesas com juros, em 2011, superaram toda a dotação orçamentária das áreas de Saúde e Educação previstas para o ano passado, que somaram, respectivamente, R$ 73 bilhões e R$ 60 bilhões.
Inflação e juros elevam despesas com juros

O aumento das despesas com juros da dívida pública refletem o crescimento da inflação neste ano, visto que parte da dívida é indexada a índices de preços, além do aumento da taxa básica de juros efetuada no início deste ano, por parte do Banco Central, para tentar conter o crescimento da inflação, informou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. Parte da dívida pública é atrelada à variação da taxa básica de juros da economia.

"Em termos nominais, essas contas sempre têm uma tendência de elevação. A conta elevada reflete, em grande parte, a inflação mais alta e também a taxa média implícita [de juros]. Mas o importante é a trajetória. As projeções para 2012 são favoráveis. A expectativa é de que recue para 4,3% do PIB em 2012, algo em torno de R$ 200 bilhões", declarou Maciel, do BC.

Proporção com o PIB

Na proporção com o PIB, porém, o Banco Central informou que o resultado do ano passado não bateu recorde histórico. Em 2007, por exemplo, as despesas com juros somaram 6,11% do PIB. Em 2005, somaram 7,36% do PIB e, em 2006, totalizaram 6,83% do PIB.

Aumentos de juros

Para controlar a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central subiu a taxa básica de juros da economia brasileira em 1,75 ponto percentual no primeiro até julho, passando de 10,75% ao ano, em dezembro do ano passado, para 12,50% ao ano em julho de 2011.

De agosto em diante, porém, a taxa voltou a ser reduzida, terminando 2011 em 11% ao ano. Deste modo, o BC quase "devolveu" o aumento realizado no começo do último ano. No começo de 2012, a taxa foi reduzida para 10,5% ao ano e a expectativa do mercado financeiro é de que a taxa recue para 9,5% ao ano até meados deste ano.

Logo Maxmeio