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09 de maio de 2011

INFLAÇÃO DE JANEIRO A DEZEMBRO NÃO ULTRAPASSARÁ TETO DA META

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (6/5), que o Brasil está vivendo um “ponto de inflexão” na inflação. Ao comentar os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, divulgados hoje, o ministro observou que o resultado de 0,77%, embora elevado, começará a cair a partir de maio. “O pior momento da inflação está passando, está sendo deixado para trás em abril e, a partir de maio, os preços vão começar a cair no Brasil, de modo que a inflação estará sob controle”, declarou Mantega. Ele explicou que os combustíveis (gasolina e etanol), considerados os “vilões” da inflação em abril, já registram queda nos preços neste mês, com o inicio da safra de cana-de-açúcar. “O preço do etanol ao produtor já caiu bastante e logo mais chegará à bomba de gasolina e, portanto, já teremos uma queda nos preços da gasolina e do etanol a partir de maio”, disse. Mantega destacou, ainda, que a forte queda nos preços das commodities no mercado internacional registrada desde ontem também produzirá reflexos na inflação de agora em diante. O petróleo - um dos itens que mais pressionam o índice de commodities mundial – teve queda 8,5% nos preços, sendo cotado a US$ 110,00 nessa quinta-feira. O conjunto de commodities, incluindo metálicas e alimentares, entre outras, caiu 4,5% só no dia de ontem. “Daqui para frente, vão cair mais ainda”, prevê o ministro da Fazenda. Na avaliação do ministro, a queda apresentada no Índice Geral de Preços (IGPM) de abril também deve ser considerada. No resultado do último mês, o indicador ficou em 0,45%, contra 0,62% em março. “[O IGPM] é um indicador importante, pois é o precursor do IPCA, é o índice da produção, antes de chegar ao consumidor”, explicou. Outra queda foi observada no IPCA-EX (excluídos os itens alimentos e combustíveis); de 0,70% para 0,52%. Doze meses - Ao ser questionado por jornalistas sobre o resultado dos últimos 12 meses, o ministro deixou claro que o resultado de 6,51% continua dentro da meta de inflação e que, tecnicamente, não significa um rompimento do teto, que é de 6,5%. O governo busca, para 2011, uma inflação de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais. Segundo Mantega, o resultado acumulado foi alto porque abril do ano passado registrou IPCA próximo de zero, sendo substituído por abril de 2011 no cálculo, que teve inflação de 0,77%. “O que nos interessa é a inflação de janeiro a dezembro. Essa não vai passar do limite da meta, portanto, é o que mais importa”, declarou. Câmbio - Mantega rechaçou novamente a ideia de que o governo esteja usando o câmbio para atenuar a inflação, mas reconheceu que as medidas adotadas têm efeito indireto sobre a alta dos preços, por enxugarem a liquidez. “Achamos que é possível combater a valorização cambial com medidas que ajudam a baixar a inflação, porque ajudam a reduzir o crédito aqui”, acrescentou. Ele lembrou que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre capital estrangeiro com fins especulativos para 6% conseguiu frear a entrada de capital externo e conter a desvalorização do dólar. “Tomamos uma medida para coibir esse fluxo, de modo a desvalorizar a moeda brasileira e valorizar o dólar. E isso está sendo conseguido”, declarou. Em abril, com o impacto do aumento da alíquota do IOF sobre o capital estrangeiro, a saída de capital superou a entrada (US$ 36,4 bilhões contra US$ 34,9 bilhões), ao contrário dos meses anteriores. Quando questionado sobre o possível uso da quarentena para impedir a sobrevalorização do real frente à moeda norte-americana, o ministro afirmou novamente que nenhuma medida está descartada por parte do governo. “A cada momento, se colocam situações distintas, então, temos que calibrar as medidas de acordo com isso”, disse. EUA – Os jornalistas também pediram comentários de Mantega sobre a alta taxa de desemprego nos Estados Unidos (8,8%). Na sua avaliação, a recuperação da economia norte-america é mais lenta, mas acredita que a recente ação daquele governo de combate ao terrorismo, que culminou com a morte de Osama Bin Laden, poderá dar novo ânimo à população. “A economia americana está andando de lado e a previsão de crescimento é de 2,8%. Quem sabe agora mude e acelere um pouco”, afirmou. Fonte: Ministério da Fazenda

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