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05 de maio de 2011

RN CONSUMIRÁ R$ 28,5 BI ESTE ANO

Um estudo divulgado ontem pela IPC Marketing Editora, empresa especializada no cálculo de índices do mercado de consumo, mostra que o consumo dos potiguares deverá chegar a R$ 28,591 bilhões este ano, um potencial 10,96% maior que o registrado no ano passado e que rende ao estado uma participação de 1,6618% no total projetado para o Brasil, estimado em R$ 2,5 trilhões. Na prática, o percentual indica que de cada R$ 100 que serão gastos no país, R$ 1,66 será de responsabilidade da população do RN. A classe C local - que possui renda familiar de R$ 1.100 a R$ 1.650 - deverá ser a principal alavancadora dos números. Os gastos com alimentação no domicílio deverão responder por mais de 14% do total projetado para o Rio Grande do Norte ao longo de 2011, de acordo com o estudo A expansão do consumo por parte da classe C deverá ficar acima da prevista para as demais classes. Se em 2010 a C respondia por 36% do potencial potiguar, este ano ela deverá ter participação de 39,6% do bolo. Juntas, no topo da pirâmide social, as classes A e B ainda representam 52,5% do potencial do Estado, mas no ano passado esse índice era maior. Alcançava 55,1%. Com um movimento na pirâmide social perceptível, mas menos intenso que o observado em outros estados, o Rio Grande do Norte deverá encerrar o ano de 2011 menos representativo no cenário nacional de consumo. A participação potiguar no total de gastos projetado para o país deverá cair de 1,17028% para 1,16618%. “O deslocamento de população da base da pirâmide (classes D e E) para o centro da pirâmide (classes C2 e C1) ocorreu num volume menor do que o verificado em outros mercados. Quando esse processo de migração social ocorre numa quantidade menor que a média nacional, o Estado perde participação”, explica Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo. Natal, que lidera o ranking estadual em termos de potencial de consumo, também deverá ter participação reduzida, na comparação com municípios vizinhos. Entre os cinco com maiores potenciais apontados na pesquisa, apenas a capital recuou, de acordo com o estudo. O “fenômeno”, segundo Pazzini, é positivo. “Quanto mais descentralizado o consumo de um estado for, melhor será as condições de vida e o consumo da população. Este processo de descentralização está acontecendo no país todo, tanto que a região Sudeste, que lidera o ranking do IPC - Índice de Potencial de Consumo que mede a participação relativa do potencial de consumo de um determinado estado (ou município) no contexto nacional - vem perdendo participação ao longo dos últimos anos”, acrescenta ainda ele. O IPC Maps, estudo que abrange os dados do Rio Grande do Norte, aponta perda de potencial de consumo entre as 27 capitais quando comparado com 2010, revelando uma tendência à descentralização para o interior. A participação das capitais será de 32,7% em 2011, ante os 34,5% registrados em 2010. Em valor, a participação das 27 capitais brasileiras será equivalente a R$ 802,8 bilhões. Os 50 maiores municípios brasileiros responderão por 44% do consumo nacional, em 2011. No ano passado, estes municípios eram responsáveis por 45,8%. No topo do ranking, os 8 principais mercados perderam participação no potencial de consumo entre 2010 e 2011. O maior mercado continua sendo São Paulo, que responderá em 2011 por 9,49% e o Rio de Janeiro por 5,427% do consumo nacional – no ano passado os indicativos eram de 9,64% e 5,87%, respectivamente. Apesar de ter perdido participação no potencial de consumo entre 2010 e 2011, Brasília continua a ser a 3ª. maior cidade brasileira, com o IPC Maps estimado em 1,97, superando Belo Horizonte (com o IPC Maps de 1,90), que continua na 4ª. posição. bate-papo - Marcos Pazzini » diretor da IPC Marketing Editora Os dados mostram que o IPC de Natal caiu. Qual seria a explicação para isso? A explicação é o fenômeno da descentralização do consumo e este não é um fato isolado de Natal, mas está acontecendo no conjunto das 27 Capitais brasileiras: em 2010 as 27 capitais foram responsáveis por 34,5% do consumo nacional e em 2011 essa participação cai para 32,7%. As cidades fora dos grandes centros tem crescido numa velocidade maior que as capitais e cidades das regiões metropolitanas, pelo fato que as pessoas e também as empresas têm procurado alternativas de custo de vida mais baratas. O IPC do Estado também caiu. Qual é a razão dessa queda? O processo de migração social, ou seja, o deslocamento de população da base da pirâmide (classes D e E) para o centro da pirâmide (classes C2 e C1) ocorreu num volume menor do que o verificado em outros mercados. Quando o processo de migração social ocorre numa quantidade maior que a média nacional, o Estado ganha participação no potencial de consumo nacional; quando ocorre o inverso, o Estado perde participação e este foi o caso do RN entre 2010 e 2011. O Estado é somente o sexto da região em potencial de consumo. Estar entre as últimas posições no ranking é ruim? Obviamente estar nas últimas posições no ranking de potencial de consumo não é um aspecto positivo, mas vale destacar que o Estado do RN tem características que permitem afirmar que observará um crescimento de potencial de consumo significativo ao longo dos próximos anos. Explico: enquanto na média do país o movimento de migração social está acentuado em domicílios da classe C para a classe B, no RN o processo ainda está na primeira onda, ou seja, migração de domicílios das classes D e E para a classe C e, mantidas as condições econômicas atuais, há um espaço grande para crescimento do potencial de consumo do RN, a partir do momento que a grande massa de população da classe C começar a melhorar sua condição social e migrar para a classe B. Manutenção do lar e de alimentos lideram gastos Despesas para manutenção do lar, incluindo, por exemplo, aluguéis, impostos e taxas, luz-água-gás, deverão liderar os gastos dos potiguares em 2011, repetindo o cenário verificado no ano passado, de acordo com a pesquisa. O consumo de alimentos, dentro e fora do lar também deverá estar no rol de principais despesas (veja o detalhamento no quadro). Nacionalmente, a realidade é parecida. Os itens básicos liderarão os gastos. A lista inclui manutenção do lar (26,4%), alimentos e bebidas (17,1%), higiene/cosméticos e saúde (8,0%), transportes/veículos (7,5%), vestuário e calçados (4,7%), seguidos de recreação e viagens (3,4%), educação (2,4%), eletrônicos-equipamentos (2,2%), móveis e artigos do lar (1,8%), e fumo (0,5%). Expansão O consumo dos brasileiros atingirá a marca dos R$ 2,5 trilhões, em 2011. De acordo com os pesquisadores, esta perspectiva revela significativa expansão de consumo entre os brasileiros de todas as classes sociais, com destaque para o crescimento do potencial de consumo das regiões Sul e Centro-Oeste, a interiorização setorial da economia, bem como a concentração da classe C e o poder de compra da classe média. O crescimento projetado para o consumo do país é superior a R$ 250 bilhões quando comparado com o IPC Maps 2010 (cerca de 2,2 trilhões). Em termos reais, os cálculos do IPC Maps 2011 mostram que as despesas das famílias crescerão ligeiramente abaixo do PIB, estimado em 4,1%, indicando um aumento populacional da ordem de 1,2%. O estudo foi feito com base em dados secundários atualizados, pesquisados em fontes oficiais de informação, utilizando metodologia própria da empresa. Fonte: Tribuna do Norte

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