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20 de abril de 2011

RN: GERAÇÃO DE EMPREGOS DESACELERA NO TRIMESTRE

O Rio Grande do Norte fechou o primeiro trimestre do ano com saldo negativo na geração de empregos com carteira assinada. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o número de demitidos superou em 2.843 o de contratados no período, rendendo ao estado o quarto pior desempenho da Região – atrás apenas dos registrados em Alagoas, Pernambuco e na Paraíba. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem. A indústria de Transformação foi responsável por 92,2% das demissões no RN, segundo o levantamento. Juntas, indústrias química (produtos farmacêuticos e veterinários), têxtil/vestuário e de alimentos e bebidas demitiram mais de 2,5 mil funcionários. A agropecuária foi outro setor que, no período de janeiro a março, mais contratou do que demitiu. O economista Aldemir Freire, chefe geral do IBGE no RN, explica que o primeiro semestre, geralmente, fecha com saldo negativo. “Uma série de fatores sazonais contribui para este desempenho. A indústria, por exemplo, demite os empregados temporários neste período”, esclarece. Segundo ele, as demissões ficaram dentro do esperado. No Nordeste, também houve desaceleração no mercado de trabalho. Mais de 9 mil empregos com carteira assinada foram perdidos na região. Embora afirme que ainda é cedo para fazer projeções, Aldemir Freire afirma que o RN poderá fechar o ano com saldo positivo. “Há indicadores apontando para isso, mas é preciso ficar de olho nos próximos meses”, pondera. Em 2010, o RN fechou o primeiro trimestre com saldo positivo. Segundo Freire, o período não pode ser, porém, usado como base para comparações. “Em 2010, o Brasil bateu o recorde de contratações. Não vamos repetir este resultado”, afirmou. Em relação aos três primeiros meses do ano, o setor potiguar com melhor saldo foi o de serviços, com destaque para a comercialização e administração de imóveis, que demitiu 4.647 pessoas, mas contratou 5.751, gerando um saldo positivo de 1.104. Brasil No Brasil, foram gerados 583.886 novos empregos formais no primeiro trimestre. A marca foi alcançada com o acréscimo de 92.675 novos postos de trabalho abertos em março. O comportamento é considerado modesto em relação aos dois meses anteriores e pode ser justificado em parte, segundo o Ministério do Trabalho, pela antecipação de contratações realizadas pelos estabelecimentos no mês de fevereiro e pela redução do número de dias úteis em março, devido ao período de Carnaval. Isso fez com que o mês registrasse a menor taxa de crescimento do nível de emprego no ano, com um saldo de 92.675 empregos. O resultado foi o mais baixo para meses de março desde 2009, quando o Brasil gerou 34 mil empregos. No Rio Grande do Norte, em março, o saldo geral de empregos formais, considerando as oito atividades que fazem parte do levantamento, também foi negativo. Foram demitidos 1.048 trabalhadores a mais do que os que foram contratados. Só comércio e serviços aumentam saldo em março Segundo os dados do Ministério do Trabalho relativos a março, o setor de Comércio e Serviços – se somadas as duas atividades - foi o único do setor privado a emplacar saldo positivo entre demissões e admissões em março. Foram 613 vagas a mais no saldo, sendo 72 no Comércio e 541 nos Serviços. No balanço do primeiro trimestre, o setor emplacou um saldo positivo de 2.311 vagas com carteira assinada, sendo 132 no Comércio e 2.179 nos Serviços. No total, com os números de março, o segmento de Comércio e Serviços do RN emprega 228.429 trabalhadores formais, o que representa 43,44% de todas as carteiras assinadas no estado. O presidente do Sistema Fecomercio RN, Marcelo Queiroz, explica que o bom desempenho do setor no ano se deve à boa presença de turistas no estado, até o início de março (em virtude do Carnaval tardio) e também, já em março, à retomada do movimento do setor de Serviços e às contratações temporárias do Comércio para o período de Páscoa. Construção mantém alta rotatividade O Cadastro de Empregados e Desempregados mostra que, no trimestre, o Rio Grande do Norte registrou a quarta maior taxa regional de rotatividade de mão de obra nas empresas. A taxa foi de 3,56% e, apesar de ter caído em relação à registrada no mesmo período em 2010 (4,12%), ficou ainda entre as maiores da região, atrás somente das detectadas na Bahia (3,77%), em Pernambuco (3,67%) e no Ceará (3,60%). O setor potiguar com a maior rotatividade foi a construção civil, com uma taxa de 7,34%. É a maior taxa nordestina. Em entrevista anterior à TRIBUNA DO NORTE, o professor do Departamento de Economia da UFRN, Francisco Wellington Duarte, explicou que a alta rotatividade é ruim para o trabalhador e boa para o empregador. Demitindo o empregado e contratando um outro para a mesma vaga, os empregadores aumentam a produtividade e diminuem os custos, livrando-se dos encargos sociais altos. Um dos motivos para taxas nesse patamar, segundo Wellington Duarte, é a baixa capacitação profissional. “O empregador está procurando pessoas cada vez mais capacitadas”. Fonte: Tribuna do Norte

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