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24 de março de 2011

GOVERNO QUER IMPOR BARREIRAS CONTRA IMPORTADOS DE BAIXA QUALIDADE

O governo quer impor barreiras técnicas contra produtos importados considerados de baixa qualidade, principalmente aqueles provenientes de países asiáticos, como China e Coreia, segundo informaram empresários após reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), que reúne o setor produtivo e integrantes da equipe econômica. O encontro aconteceu nesta quarta-feira (23) no Ministério da Fazenda. Segundo os empresários, o objetivo é exigir as mesmas normas de qualidade existentes para os produtos brasileiros. "O governo quer ser mais criterioso na internalização de equipamentos e serviços. Coisas que os países desenvolvidos já fazem. Cada setor tem duas semanas para apresentar uma relação de produtos que seriam danosos. São basicamente produtos industrializados. Haverá um processo de avaliação da qualidade dos produtos e serviços que estão ingressando no Brasil", disse Ralph Terra, vice-presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Segundo Melvyn Fox, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), o governo busca, com essa medida, um tratamento mais adequado em termos de "defesa comercial". "Não é protecionismo. São aqueles produtos que entram no país sem atender às normas técnicas. A próxima reunião do GAC vai definir quais são os produtos. A fiscalização será feita pelo Inmetro antes que o produto entre no país. Atualmente, a fiscalização só acontece depois que os produtos entram no Brasil. Isso vai incluir muitos bens de capital [máquinas e equipamentos para produção]", declarou ele, confirmando que cada setor confeccionará uma lista com os produtos mais problemáticos para ser apresentada em duas semanas. O presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, reclamou da taxa de câmbio, que, segundo ele, é o principal problema para a perda de competitividade dos produtos nacionais frente aos importados. "Serão impostas barreiras técnicas. Isso vai representar isonomia frente ao produto nacional. O mundo todo faz isso. Tem que ser uma medida emergencial", disse ele, que afirmou já estar havendo desindustrialização da economia brasileira. "O Brasil está exportando produtos primários. Deste modo, vai virar colônia de novo. E estamos sendo invadidos em tudo", declarou. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, disse que, enquanto acena com barreiras contra produtos importados de baixa qualidade, o governo também se mostrou disposto a melhorar a competitividade da produção nacional. Segundo ele, a equipe econômica está disposta a discutir a carga tributária dos investimentos, das exportações e da folha de pagamento. Sobre a restrição aos importados, ele confirmou que haverá mais fiscalização por parte da Receita Federal e do Inmetro. "Haverá uma análise técnica para ver se estes produtos estão atendendo às mesmas exigências dos produtos nacionais", disse Braga. Segundo ele, não haverá restrições, porém, a produtos sem fabricação nacional, para não prejudicar os investimentos, assim como para insumos utilizados pela indústria brasileira. Fonte: G1

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