Marca Maxmeio

Artigos

14 de February de 2006

NÃO BASTA AO HOMEM PARECER HONESTO

Hipocrisia, perfídia, fanatismo, ambição, obscurantismo, corrupção...São muitos os inimigos da humanidade, mas dissertarei sobre aquele que entendo mais danoso – a corrupção, pois leva contínua e progressivamente à destruição. A corrupção moral é a ação destrutiva, que ofende e tende a romper a moral, a honra, os bons costumes e a virtude. É filha do egoísmo, da ambição e da vaidade. O seu processo envolve conflitos entre o agente da corrupção e os princípios do bem. ...Então os agentes da corrupção somos todos nós. Pois somos agentes da corrupção quando somos coniventes, omissos ou mesmos tolerantes, diante da prática de corrupção por parte de amigos e colegas. Somos agentes da corrupção quando, no exercício de mandato popular transformamo-lo, unilateralmente em causa-própria, deixando de cumprir promessas e compromissos assumidos nas campanhas políticas, e nos vendemos ao poder do “mais forte”, e, ainda por cima, tentamos justificar nossa posição, alegando “ser melhor para o povo”. Somos agentes da corrupção quando, na administração de recursos e interesses coletivos, utilizamo-nos do poder para satisfação de interesses pessoais ilegítimos ou para o gozo de privilégios e regalias do cargo. Somos agentes da corrupção, quando, na função de fiscalização dos tributos, deixamos de cobrá-los, ou quando cobramos em desacordo com o que determina a lei. Também somos agentes da corrupção, quando no exercício do jornalismo, deixamos de publicar a verdade dos fatos, manipulando as informações para satisfazer os poderosos. E quando vendemos órgãos humanos, quando vendemos sentenças na justiça, e quando vendemos nossos votos aos políticos inescrupulosos, quem será o mais corrupto? E os sindicalistas que traem a categoria, que usam o sindicato para benefício pessoal? Pois bem, a coisa é feia, não é mesmo? Pelos seus efeitos e conseqüências, a corrupção pode ser comparada ao câncer, que antes, pequeno foco, termina por destruir o mais salutar organismo vivo. A corrupção é filha da hipocrisia, irmã gêmea da perfídia e prima da ambição e vaidade. É a sorrateira que destrói as entranhas da viga sustentadora do nosso edifício social. É a ferrugem crônica que consome a máquina do nosso progresso, nos mantendo na miséria social. A vaidade é a paixão que leva o indivíduo a se deleitar com a admiração alheia. O vaidoso é vazio. Alimenta-se da lisonja, adulação e bajulação. Esses instrumentos são armas perigosas que, manejadas por corruptos, seduzem o vaidoso e o atraem para o mundo da corrupção moral. O adulador pode ser comparado ao abutre, pois este consome a podridão do que já está morto, enquanto aquele devora a dignidade do que está vivo. O homem de bem, sempre acata aquele que o critica e nunca agradece aquele que o adula. Tem certeza da verdade, pois compreende que o crítico, geralmente constrói, enquanto o adulador, corrompe. Por isso não basta ao homem “parecer ser honesto”. É preciso ter atitudes honestas. Chega de hipocrisia e de vivermos de aparências... Encerro, citando o Poeta: “ Não adianta estar no mais alto degrau da fama com a moral toda enterrada na lama”.

Voltar

Sistema de arrecadação